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O ano de 2013 foi um ano de muitos desafios para a equipe de trabalho, sejam educadores, merendeiras, monitores e auxiliares. Este ano a coordenação passou a orientar os funcionários e os educadores, a gestão de projetos e o administrativo à distância, com pequenos encontros anuais. Foi uma experiência nova, cheia de tropeços e acertos, que rendeu a equipe da PACE mais experiência, cooperação e autonomia. Os monitores tiveram um papel importante neste novo modelo de gestão. Não podemos deixar de destacar, além da entrega e dedicação de Valdelice Dias, merendeira e mãe da PACE, o desempenho de dois Jovens Multiplicadores de Cultura, que muito contribuíram para que toda a engrenagem da ONG funcionasse: Jaqueline Ribeiro e Murilo Sena.
Outra decisão importante tomada em conjunto pela equipe foi abrir mão de auxílios financeiros em prol daqueles que mais precisavam na PACE. Em 2013, não houve financiamento de nenhum prêmio ou edital público, o que dificultou o pagamento de todos os 14 funcionários. Contamos apenas com doações dos padrinhos locais, brasileiros e estrangeiros para manter as contas cotidianas e algumas bolsas. A parceria dos padrinhos belgas, da ONG Philantros ASBL e da rede de amigos de Ana Bohm tem sido fundamental para mantermos a PACE de pé.
O ano de 2013
Abrimos as atividades do ano com a IV Formação de Educadores da PACE, com o tema Contas e Cantos que Encantam: histórias contadas e cantadas com tapetes e cenários, que aconteceu nos dias 16 e 17 de fevereiro, oferecida pela arte/educadora Célia Peixoto. A formação teve a participação de 20 educadores de escolas da rede pública e privada de São Gonçalo dos Campos e de Feira de Santana, além dos educadores da PACE.
As oficinas aconteceram ao logo do ano, algumas aumentaram e outras diminuíram a carga horária, como por exemplo, a Oficina de Leitura e Escrita que passou a ser apenas um turno e a de teatro que ganhou mais duas horas aula. A grande maioria manteve os dias e o número de participantes. Outro ganho foi à redução do número de desistências dos educandos nas oficinas de forma geral.
A professora Flávia Falcão se ausentou este ano da PACE para concluir sua Licenciatura em Língua Inglesa, tendo apenas a professora Maria do Carmo na Oficina de Inglês para os pequenos.
Em 2013, nos despedimos da Professora Evinha que esteve um ano conosco na Oficina de Teatro com jovens e crianças. Apesar do encerramento de seu trabalho na PACE, a oficina de teatro passou a ser oferecida por Murilo Sena, ex-aluno da mesma. O trabalho de Murilo resultou duas montagens teatrais que estiveram em outubro no Festival Nacional de Teatro Infantil de Feira de Santana. Murilo assinou a direção e o roteiro das peças, um grande orgulho para educadores e coordenação da PACE.
Em novembro, tivemos uma excelente notícia: a PACE foi contemplada pelo edital Criança Esperança 2013/2014. Esta notícia permitiu que pudéssemos retribuir a confiança de nossos educadores, que se doaram voluntariamente em 2013. Como também a comprovação do potencial da PACE e da certeza que estamos no caminho certo, nos reinventando a todo instante, a cada desafio.
Oficina de Violão – Professor Sandro Silva
No inicio parecia mais uma proposta de que teria começo e em alguns anos teria um fim. Com certeza muitos pensaram isso da PACE. Infelizmente temos exemplos como esses na nossa cidade. Mas, vingamos! Estamos aqui a cada ano dando um passo para o mundo, vendo crianças virarem adolescentes e adultos. Ah! E também monitores em professores. Será que tem algo mais prazeroso na educação do que você ver uma “cria” sua começar dar seus passos sozinhos? É isso que nos dá o prazer de lecionar.
Nesse ano, tivemos muitos exemplos de colaboração da turma dos veteranos. Percebi que ao solicitar o apoio deles, ajudei-os a dá mais valor ao nosso projeto. No inicio do ano foram mais de 40 alunos, divididos em três turmas, diferente dos outros anos que eram divididos em dois, veteranos e novatos.
Este modelo surgiu para solucionar algumas questões observadas. Os novatos de 2012 ainda não estavam aptos para integrar a turma dos veteranos, pelo fato de terem menos idade e por não apresentarem habilidade suficiente. E este ano surgiram mais novatos. Desse modo, formei três turmas: uma turma dos novatos de 2013, outra turma de intermediários (dos novatos de 2012) e uma turma dos veteranos. A turma de novatos foi ministrada por Edla, aluna que se destacou como monitora, tendo o apoio de alguns jovens como Leila, Luana e Vitor. Todas as turmas têm a minha orientação e acompanhamento simultâneo.
Nesse ano ainda, na turma dos veteranos entraram três alunos novos: Patrick, Thiago e Ítalo. Ítalo é um menino muito talentoso, já tocava violão e faz composições. Uma delas fizemos o arranjo e gravamos. Patrick e Thiago entraram na turma dos novatos de 2013 e se empenharam de tal forma que em dois meses de aula me pediram para participar da orquestra. Foi muito boa iniciativa desses dois, mesmo com dificuldade, conseguiram se igualar ao nível dos mais velhos.
Apesar de ter tantos alunos como mencionei a cima, poucos continuaram. Todo inicio de ano faço um acordo com os participantes que chegam a ONG, em que eles têm um prazo para alcançar o mínimo de habilidades possíveis. E quando passa a peneira fica menos da metade. É o mal dessa sociedade dita moderna que se acostumou com apenas um click, mas com o violão tem que treinar, suar. Sigo esse procedimento a risca, pois se pegar o instrumento só na hora da aula não aprende!
Apesar de tudo, foi um ano bastante produtivo. As estantes para leitura das músicas ajudaram os alunos, principalmente os novatos. O afinador também, pois eles aprenderam a afinar usando o aparelho, o que ajudou a ganhar tempo. Ambas as aquisições foram feitas através das doações dos padrinhos brasileiros.
A expectativa de gravar um cd foi o que mais motivou os participantes, inclusive os pais. Consegui juntar os novatos de 2013 com os de 2012 e montar um grupo para tocar a música Aquarela. Eles fizeram a gravação da mesma. Os veteranos relembraram algumas das músicas que tocamos durante os últimos anos. Foram gravadas um total de 10 músicas. As músicas foram executadas durante a festa da PACE e o CD Orquestras de Violões será lançado em 2014.
Oficina de Teatro – Professor Murilo Sena
A Oficina de Teatro iniciou com 36 alunos, dias de sexta-feira. Pela tarde havia 28 educandos e pela manhã oito. A aula era dividida em dois momentos: o primeiro momento era voltado para a leitura e o segundo para a prática teatral.
Nas rodas de leitura eram lidos livros coletivamente e era na roda onde aconteciam debates e discussões sobre os temas abordados. No segundo momento, ocorriam atividades dinâmicas que envolvia a imaginação. Também era realizado um exercício de memorização. A partir de dinâmicas e jogos de memorização surgia a construção de histórias que se transformavam em cenas. Foram também utilizados livros da coleção “Figuras Históricas”, como ponto de partida para novas encenações criadas pelos educandos. Uma das figuras históricas que marcou a aula foi o Beethoven. Três alunos me surpreenderam com uma encenação de Beethoven criança tocando piano e sendo repreendido pelo pai.
Para a construção do espetáculo, o trabalho ganhou um direcionamento diferenciado. Primeiro foi solicitado aos alunos uma pesquisa sobre o teatro, seus elementos, o que se fazia no teatro, tipos e linguagens teatrais. Os alunos trouxeram os trabalhos por escrito e todos compartilharam as informações colhidas. Para que fixassem as informações sobre os elementos de teatro foram utilizados os fantoches. Os deixei manipular os bonecos, para visualizar e conhecer as técnicas teatrais.
Após esta prática, discutimos sobre o tema gerador deste ano que era A Leitura. Os alunos puderam sugerir como gostariam que a peça de teatro acontecesse. Colhi as informações de todos, cada um sugeriu um personagem famoso da literatura universal e popular brasileira. Eles realizaram desenhos dos personagens, com os figurinos, que ajudou a compor o visual do espetáculo. Na construção do texto eles deram algumas sugestões, mas o texto foi elaborado por mim. Paralelo à construção do texto, o trabalho corporal e os jogos teatrais continuaram durante dois meses. Em agosto iniciaram os ensaios do espetáculo que ganhou o nome de “O Mundo da Leitura”. Para a construção dos cenários contei com o apoio de um artista local, Dilson Ramos.
A primeira etapa foi conhecer o texto e realizar a leitura dramática, em que os alunos aprendiam as entonações das falas dos personagens. A segunda etapa já era os ensaios por cena, com o trabalho corporal cênico. A estreia aconteceu no Festival Nacional de Teatro Infantil de Feira de Santana (FENATIFS), pela primeira vez as crianças da PACE atuaram no festival. Depois o espetáculo foi encenado para as escolas de São Gonçalo dos Campos, durante o mês de outubro, na sede da ONG. Após as apresentações havia um bate papo sobre o espetáculo, alguns professores relataram experiências com a leitura na escola, como também as carências em suas práticas.
Com a finalização do espetáculo Mundo da Leitura, o trabalho se voltou para o tema da reciclagem, inspirado no espetáculo Reciclar é Show, visto do FENATIFS. Eles fizeram sugestões de músicas que foram negociadas comigo, para construção das paródias. Elaboramos duas paródias, uma sobre a leitura em cima da música Meiga e Abusada da Anitta, e a outra sobre reciclagem, em cima da música Show das Poderosas. As paródias foram criadas pelos alunos com algumas interferências minhas, através de dança e gestos. Elas foram apresentadas na festa de encerramento da PACE, em dezembro.
Oficina de Artes Visuais – Professora Andréa Lopes
O projeto desenvolvido em 2013, que ganhou nome somente no final do ano, tinha como objetivo principal fazer o diálogo entre o erudito e o popular. Trabalhamos, portanto, com artistas com trabalhos diversificados. No início, nos parecia dois trabalhos com diferentes abordagens sobre figura humana, mas ao final do projeto os trabalhos dos artistas Giuseppe Arcimboldo e os Gêmeos se fundiram através da ótica da Identidade Cultural.
Ao reconhecermos o objetivo maior do projeto, que era a afirmação da identidade cultural, surgiu a ideia da visita a um artista local. Decidimos levar as crianças para visitar Carlos Pedreira, o Mestre Caboclo. Apenas seis alunos dos 30 compareceram neste dia. Apesar do número reduzido, a vivência foi proveitosa. Durante a visita, as crianças conheceram algumas obras, Caboclo falou dos materiais que utilizava para pintar suas telas e de como foi que iniciou sua vida nas artes visuais. “Sempre gostei de pintar casas e fechadas antigas da cidade. Sinto falta da época que pintava e me distraia.”
Após a visita houve uma conversa com todos os alunos. Os meninos realizaram entrevista através de um questionário preestabelecido, feito por eles dias antes. Assim quem não pôde ir ficou a par de tudo que foi visto e aprendido com a visita.
As leituras elaboradas foram ligadas aos artistas estudados e temáticas transversais. As leituras do artista Arquiboldo e dos Gêmeos exploraram as obras e as biografias, como também foram produzidas leituras sobre hip hop, grafite e pichação, sobre a apreensão de pássaros e animais silvestres de forma ilegal em nossa cidade.
Durante as atividades práticas foram utilizadas diversas técnicas, intercaladas entre aulas temáticas e livres. Em uma das aulas sobre a obra do Arcimboldo, as crianças realizaram composições tridimensionais de forma coletiva, através da montagem de figuras humanas, utilizando diversos materiais encontrados na ONG, como tecidos de chita, pregadores, pincéis, papéis, tampas, livros, garrafas pet, entre outros. Após as composições montadas, cada um realizou o desenho de observação dos trabalhos. Através da obra do artista foram realizadas modelagens com massinha colorida, alguns preferiram copiar, outros fizeram releituras e/ou associações.
Além destes trabalhos focados na obra dos artistas, as crianças realizaram autoretratos utilizando espelhos, lápis de cor e pincel. Enfrentamos as primeiras dificuldades, a resistência para realizar os trabalhos com tinta e pincel. Os pequenos com medo de errar e os grandes com medo de ser julgado, do feio.
Como a obra dos Gêmeos foi realizada a arte das cabeças e a pintura do muro. Na pintura do muro as crianças retrataram o cotidiano deles: pinturas de árvores, jardins, que representam a cidade, pintaram imagens diversas, como de natureza, as cabeças dos Gêmeos, pintaram frases e imagens de violência e reivindicações. Frases como: “Liberdade de expressão, todos tem direito a se expressar”, “Paz, o fim da violência”, “Queremos proteção”, “Queremos mais segurança”, “Vamos Proteger a natureza”, “A violência vai acabar”.
No finalzinho das aulas, foram construídos os ‘currículos divertidos’, um tipo de relato onde a criança fala sobre si, sua identidade, seus gostos, preferências, sua vida e seus sonhos. Os currículos foram expostos na mostra de arte.
A exposição ganhou destaque das demais realizadas nos outros anos, pois foram construídos jogos, instalações e objetos com os trabalhos das crianças, tendo um maior envolvimento do público com a mesma. Ela ganhou um título “Entre Core e Flores”, dada por um dos alunos da oficina, fazendo alusão aos materiais usados pelos artistas estudados. As obras interativas tornaram a exposição viva. Foram criados quebra cabeças e montagens, que foram usados durante a exposição por muitas crianças. As cabeças penduradas divertiram os visitantes, que puderam fazer fotos e guardar de forma lúdica e afetiva aquele momento. Conseguimos atingir nosso objetivo com a mostra deste ano, chamando a atenção do público para a mesma, fazendo com que a exposição provocasse um maior interesse dos visitantes.
Oficina de Leitura e Escrita – Professora Michelle
Ao permitir que as crianças cultivem os hábitos de leitura e escrita e respondam aos apelos da cultura grafocêntrica, uma vez que a aprendizagem da língua escrita deixa de ser uma questão estritamente pedagógica para alçar-se à esfera política, evidentemente pelo que representa o investimento na formação humana. Nas palavras de Emilia Ferreiro, isso seria possibilitar a aprendizagem relacionando-a aos modos e usos sociais.
Nessa perspectiva, a Oficina de Leitura e escrita foi sendo construída e desconstruída. Iniciamos os encontros com 20 crianças, com idade entre 6 a 11 anos, com realidades bem diversificadas de aprendizagens da língua escrita, que mobilizou em mim um desconforto quanto aos desdobramentos e desafios que enfrentaríamos. Em relação às hipóteses de escrita havia crianças silábicas, nas várias variações, quanto ortográficas, com pouco domínio de produções textuais.
Diante do desafio, optei por trazer a cada encontro do primeiro semestre textos, histórias e músicas variadas para que se entrosassem com a leitura e escrita, tendo também o apoio de brincadeiras, jogos didáticos e experiências na cozinha. Como disse Freire (2001): “O que é preciso é saber que saber é esse e em que nível se situa.” Assim, procurei aproximar-me e analisar “o real sabido”, para ampliar e desenvolver novas descobertas e perguntas.
Foi muito proveitoso e surpreendente resignificar o trabalho tendo de elaborar variadas atividades para um grupo bem heterogêneo. Percebi que ao interpretar e produzir um texto, uma poesia, um verso, as crianças começaram a indagar sobre em que situações poderíamos escrever? Quem é que escreve? O que se escreve em um determinado texto e em outro não? Essas indagações produziram não só a compreensão de como se produzir um determinado texto como favoreceu o desejo para escreverem seus textos.
Dessa forma, as crianças optaram por recontar histórias dos Contos Clássicos, no segundo semestre, pois tinham um repertório considerado de conhecimento oral sobre os mesmo, assim, alimentei as produções escritas do grupo trazendo Contos Modernos, que são releituras dos primeiros, com momentos onde eu era a escriba dos textos em grupo. A experiência foi complexa e enriquecedora, pois escrever, revisar, criar, são movimentos ou domínios em processo de aprendizagem e aprender requer antes de tudo está motivado para, no movimento
Nossas crianças demonstraram muito desejo em aprender, que se evidencia no sentimento de pertencimento e respeito a tudo que está ligado a PACE. Isso é muito bonito de se vê, pois mesmo vivenciando e envolvida com vários desafios e projetos pessoais e coletivos estou mais segura em afirmar que o risco só tem sentido, quando se enxerga para além dos sonhos.
Oficina de Capoeira – Mestre Ferreira
O caráter educativo da capoeira interage no comportamento e na postura do nosso educando com o mundo. A partir de textos e revistas de historia, cantigas, ladainhas, movimentos da capoeira, rodas, vídeo, contação de histórias, os educandos vão adquirindo conhecimentos e se empoderando sobre a origem da mesma e de nossas raízes. Educando através dos ensinamentos da capoeira para que entendam que podemos lutar sem violência, vivendo em harmonia consigo, com o outro e do equilíbrio do homem com a natureza.
Os educandos que passam a frequentar a capoeira desenvolvem a autoestima positiva, uma melhor desenvoltura corporal, habilidade de se relacionar em grupo, respeito ao outro e ao mestre, disciplina e consciência ativa do seu meio.
As aulas aconteceram duas vezes na semana na sede da PACE para cada turma, de segunda a sexta. Aos sábado a roda é feita na ONG, integrando as turmas e as idades.
Este ano a oficina atendeu 50 pessoas, divididas em duas turmas, uma de crianças e adolescentes e outra de jovens e adultos. O aprendizado da capoeira acontece de forma prática, através do ensino/aprendizado dos movimentos (au, quebra de rim, martelo, esquivas, ginga…) e de forma teórica, seja através de livros, documentários ou da tradição oral que contam a história da capoeira e de seus mestres.
Em novembro realizamos o primeiro batizado na PACE, em que alunos mudam de corda, passando por um ritual da capoeira regional. Outros grupos e mestres foram convidados para prestigiar o evento.
O trabalho desenvolvido por mim, Mestre Ferreira, junto com os professores (Roque, Raimundo, Cristiano e Simone) e monitores (Jean Carlos, karine, Roberto, Ualas, Luis Carlos, Rose Caroline) resulta no fortalecimento e na resistência da capoeira em São Gonçalo dos Campos. Todo o trabalho é compartilhado com o grupo, sistematizado nos planejamentos das aulas, praticado nas rodas, nos treinos, batizados e nas apresentações em praças, em centros culturais, escolas, associações e eventos.
Oficina de Inglês – Professora Maria do Carmo
Durante o ano 2013, foram atendidas inicialmente 22 crianças, das quais quatro desistiram. Os demais 18, concluíram todo processo, com boa frequência e aproveitamento. Duas não demonstraram muita aprendizagem em razão do seu ritmo da faixa etária, da série que cursava no ensino regular, do avanço das outras mais velhas ou pelo fato de já ter feito a oficina no ano anterior. A maioria absoluta dos alunos eram meninas, apenas um menino frequentou até a última aula.
Foram trabalhadas 16 lições, a partir das músicas que serviram de referência para o desenvolvimento das aulas. Os conteúdos versaram basicamente sobre :
Membros da família, objetos escolares, nomes de animais, as cores, numerais de um a 100, vestuários, partes do corpo, frutas , alimentos , expressões do cotidiano- good morning, good afternoon, good evening, good night, Nice to meet you, how are you today, I’m fine thank you….
Todas as expressões foram usadas em todas as aulas, usando músicas, pequenos textos e encenações entre os alunos.
Foram trabalhados alguns verbos: to like, to eat, to drink, to do, to be, tu use, to march, to dance, to study, to live, entre outros ; ( todos os verbos e vocabulário foram trabalhados a partir das músicas e/ou expressões do cotidiano) não houve preocupação em formalizar ensino gramatical, mas usá-los as situações casuais, planejadas para cada aula.
Os resultados foram satisfatórios, dentro do que nos propomos: a sensibilização dos alunos para descobrirem o prazer de estudar uma língua estrangeira.
Oficina de Costura – Professora Rita Barreiros
A oficina de costura tem como propósito dar as primeiras noções de costura, como por exemplo, o manuseio da máquina e o primeiro contato com linha, agulha e pontos. A oficina de costura existe a mais de quatro anos, oferecendo a mulheres e senhoras da comunidade a possibilidade de transformação profissional e pessoal. Ao participarem da oficina mulheres que nunca pegaram em uma agulha transformam pedaços de tecido em pequenas obras de arte do cotidiano, como sacos de pano, sacolas, panos de prato e roupas.
Este ano 14 alunas, entre veteranas e novatas passaram pelo curso, desenvolveram muitos trabalhos como roupas para crianças e adultos, sacos e sacolas retornáveis, além de utensílios para casa.
As alunas que se destacam realizam pequenos trabalhos para grupos culturais confeccionando figurinos e adereços, como também encomendas da ONG, confeccionando produtos como camisas, sacolas, panos de prato e mochilas.
Oficina de Artesanato – Professora Lucia Helena
A Oficina Artesanato teve inicio em 2012, oferecida pela professora Lúcia Helena. Este ano a turma foi formada por um público de mulheres, em sua grande maioria, mães de alunos, além de jovens e adolescentes, um total de vinte pessoas. Durante a oficina são desenvolvidas técnicas com de artesanatos em biscuit (tampas de vasos utilitários, para lembranças de aniversários e nascimento de bebê), artesanato em feltro e E.V.A. (flores e arranjos de cabeça), ponteira de lápis, chaveiros, bonecas de Meia e pano, além de pintura em tecido e em cerâmica.
Muitas alunas conseguem comercializar suas produções gerando pequenas rendas complementares. Um exemplo deste desdobramento da oficina ocorreu no Dia dos Namorados. Um grupo de jovens da oficina produziu uma grande quantidade de corações de E.V.A., feitos para embalar bombons de chocolate, se tornando um excelente presente procurando pelos namorados na época.
Com a parceria do SESC de Feira de Santana, do programa Mesa Brasil e de uma das ações do programa, a Rede Recostura, a professora Lucia Helena pode se beneficiar e aprimorar técnicas artesanais. Em 2013 ela participou do curso de Customização do Jeans com Banner e do curso de Serigrafia. Ela aprendeu a confecção de diversos tipos de Bolsas, Carteiras e Capas de Agenda, além de participar de palestras e seminários.